Nascemos.
De sangue na guelra. Prontos a enfrentar o mundo. Bravura em punho, gritando fragilidade.
Ironia a nossa, de fugir do conforto. Assim somos nós.
Vivemos.
Arrefece o sangue com que se tentam esconder medos. Anseios.
Perdeu-se a bravura da chegada, algures num dia mais cinzento. E busca-se, com urgência, o conforto.
Outra vez.
Até um dia.
Até ao dia, em que o instinto bebe a coragem com que enfrentámos o começo. O segundo em que começámos a aventura da vida.
E nascemos.
Quase nunca para nós. Quase sempre para os outros.
E mantém-se o princípio até à alvorada.
Nascer. Nascer. Renascer.
Sempre com a bravura de quem chegou para cá ficar.
(18.10.13)
2 comentários:
Nunca tinha entrado neste blog. Arrependo-me. Não sei o que comentar a este post para além que o mantive aberto horas e reli-o umas seis vezes. Podia ter sido escrito por mim, se tivesse essa facilidade e beleza na expressão. Parece-me que encontrei um dos meus blogs preferidos. Parabéns e acima de tudo, obrigada por este texto.
Oh Krystel, obrigada pelos elogios.
Seja bem-vinda!
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